A biografia do Metallica escrita pelo badalado jornalista, do mainstream do Rock n'roll, Mick Wall foi escrita em 2010 mas só chegou por aqui em 2012, pela editora Globo com tradução da Daniela Pires, Leandro Woyakovski e Marcelo Barbão. Para quem é fã da banda, como eu, o livro é perfeito, mas quem apenas aprecia o som, não recomendo a compra. O livro é muito cheio de detalhes, e pode se tornar uma leitura chata para quem apenas aprecia a banda, ainda mais com 429 páginas.
Mick Wall relata a trajetória do grupo desde o útero até a fase adulta. Narra o trabalho brilhante de formiguinha de Lars Ulrich, baterista e fundador do grupo, na troca de fitas cacetes entre os amantes do Heavy Metal e seu esforço brutal para colocar uma faixa da banda no Metal Massacre I. Depois o escritor relata os sérios conflitos entre James Hetfield e Dave Mustaine, nos primeiros trabalhos do grupo, o que levou a ser expulso da banda, ser substituído por Kirk Hammett, e fundar o Megadeth. Mustaine sem dúvida era um excelente guitarrista, fato que fez Kirk ter inúmeras aulas com Joe Satriani para não ficar pra trás. A saída do primeiro baixista, Ron McGovney, para a entrada colossal de Cliff Burton foi a verdadeira transformação do Metallica. Apesar dos cabeças serem James Hetfield (Guitarrista) e Lars Ulrich (baterista), Cliff Burton colocava os dois no bolso em questão de conhecimento musical, ele era o maestro e tinha um respeito absurdo de todos. Burton possuía um conhecimento musical extremamente amplo que ia de Johamm Sebastian Bach a Deep Purple, e foi essa experiência que levou o grupo a gravar o mais bem elaborado disco de Trash de todos os tempos, o ''Master of Puppets''. Na minha opinião o melhor disco da banda até hoje.
A diferença de temperamento e condição social entre Lars (riquinho, porquinho, fanfarrão e baixinho) e James (Duro, limpinho, alto e fechado) também é apresentada por Mick Wall.
James Hetfield sempre achou Lars Ulrich um baterista muito fraquinho, mas seu trabalho administrativo e comercial era impecável, e se não fosse por ele, nada teria acontecido, a verdade é essa.
Lars tinha o sonho de abrir uma banda nos Estados Unidos com a roupagem e o estilo da cena do New Wave of British Heavy Metal, que tinha o Iron Maiden como sua principal influência. E conseguiu realizar seu sonho.
O Metallica foi o grande expoente da ''Big Four'' do thrash metal, junto com Slayer, Megadeth e Anthrax. O livro relata episódios engraçadíssimos mas também o triste acidente de ônibus que a banda sofreu, em 1986, a caminho de Copenhague, Dinamarca, que levou a morte do mais gente boa e experiente da banda, Cliff Burton.
Assumo que essa parte do livro é punk para os fãs da banda e de Cliff especificamente, pois esperar a morte de um rockeiro por overdose ou qualquer coisa do gênero é corriqueiro nesse meio, mas perder a vida num acidente estúpido, que até hoje ninguém sabe o nome do motorista e qual foi a real causa do acidente, é triste demais.
Cliff era o melhor amigo de Kirk Hammett e dava altos toques de música para o camarada de quarto. James Hetfield queria matar o motorista do ônibus após o acidente e garantiu ter sentido cheiro de álcool no seu hálito, já o motorista alegou que o acidente foi causado pelo gelo que estava na pista. Todos da banda dormiam dentro do ônibus e Cliff voou pela janela e morreu imprensado. Depois do ocorrido a banda contratou Jason Curtis Newsted que era constantemente humilhado por James Hetfield, ao ponto do som do seu baixo ter sido totalmente abafado na gravação do álbum ''...And Justice for All'' (1988). Certamente a raiva que James sentia pela perda de Cliff era descontada no novo baixista.
Jason acabou não suportando e pulou fora da banda, hoje o grupo conta com Robert Trujillo no baixo.
Uma dúvida que não sai da minha cabeça até hoje é: Como seria o Metallica se Cliff ainda estivesse vivo?
A única coisa que os fãs devem, e muito, ao Cliff foi seu brilhante trabalho na concepção do ''Master of puppets''. Valeu maestro!!!!!