O documentário acompanha o envolvimento e o apoio da Globo à ditadura militar brasileira, sua parceria com o grupo americano Time Warner (naquela época, Time-Life), algumas práticas vistas como manipulação feitas pela emissora de Marinho (incluindo um suposto auxílio dado a uma tentativa de fraude nas eleições fluminenses de 1982 para impedir a vitória de Leonel Brizola, a cobertura tendenciosa do movimento das Diretas-Já, em 1984, quando a emissora noticiou um importante comício como um evento de comemoração ao aniversário de São Paulo, e a edição, para o Jornal Nacional, do debate do segundo turno das eleições presidenciais brasileiras de 1989, de modo a favorecer o candidato Fernando Collor de Mello frente a Luís Inácio Lula da Silva), além de uma controversa negociação envolvendo ações da NEC Corporation e contratos governamentais à época em que José Sarney era presidente da República.
O documentário apresenta depoimentos de destacadas personalidades 
brasileiras, como o cantor e compositor Chico Buarque de Hollanda que na
 época tinha um programa na emissora[1], os políticos Leonel Brizola e 
Antônio Carlos Magalhães, o ex-Ministro da Justiça Armando Falcão, o 
publicitário Washington Olivetto, o escritor Dias Gomes, os jornalistas 
Walter Clark, Armando Nogueira e Gabriel Priolli e o atual presidente do
 Brasil Luís Inácio Lula da Silva.
Controvérsia sobre direitos britânicos
O documentário foi transmitido pela primeira vez em setembro de 1993 no 
Canal 4 do Reino Unido. A transmissão foi adiada em cerca de um ano, 
pois a Rede Globo contestou, baseando-se em leis britânicas, os 
produtores de "Muito Além do Cidadão Kane" pelo uso sem permissão de 
pequenos fragmentos de programas da emissora para fins de "observação 
crítica e de revisão".
Durante este período, o diretor Simon Hartog morreu após uma longa 
enfermidade. O processo de edição do documentário foi assumido por seu 
co-produtor, John Ellis. Quando pôde ser finalmente transmitido, cópias 
do documentário foram disponibilizadas pelo Canal 4 ao custo de 
produção.
Em agosto de 2009 a Rede Record anunciou que adquirira os direitos de 
exibição do documentário "Beyond Citizen Kane", que tentava adquirir 
desde a década de 1990.
Banimento no Brasil
A primeira exibição pública do filme no Brasil ocorreria no Museu de 
Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ), em março de 1994. Um dia antes 
da estréia, a polícia militar recebeu uma ordem judicial para apreender 
cartazes e a cópia do filme, ameaçando, em caso de desobediência, multar
 a administração do MAM-RJ. O secretário de cultura acabou sendo 
despedido três dias depois.
Durante os anos noventa, o filme foi mostrado em universidades e eventos
 sem anúncio público de partidos políticos. Em 1995, a Globo entrou com 
um pedido na Justiça para tentar apreender as cópias disponíveis nos 
arquivos da Universidade de São Paulo (USP), mas o pedido foi 
negado.[carece de fontes?] O filme teve acesso restrito a grupos 
universitários e só se tornou amplamente visto a partir do ano 2000, 
graças à popularização da internet.
Distribuição e visualização na internet
A Rede Globo tentou comprar os direitos de exibição do programa no 
Brasil, provavelmente para tentar impedir sua exibição.[carece de 
fontes?] Entretanto, antes de morrer, Hartog tinha feito um acordo com 
organizações brasileiras para que os direitos de exibição do 
documentário não caíssem nas mãos da Globo, a fim de que pudesse ser 
amplamente conhecido tanto por organizações políticas quanto culturais. A
 Globo perdeu o interesse em comprar o filme quando os advogados da 
emissora descobriram isso, mas até hoje uma decisão judicial proíbe a 
exibição de Beyond Citizen Kane no Brasil. A Rede Record comprou os 
direitos de transmissão por aproximadamente 20 mil dólares, e espera a 
autorização da justiça para trasmitir.
"Isso não é verdade", diz John Ellis em entrevista. Segundo Ellis: 
"A Large Door concedeu o direito de exibir o programa em eventos e em 
público a diversas organizações no Brasil. Não poderia ser transmitido 
pela televisão só porque muitas imagens pertencem à TV Globo".
Entretanto, muitas cópias ilegais em VHS e DVD do filme vem circulando 
no país desde então. O documentário está disponível na internet, por 
meio de redes peer-to-peer e de sítios de partilha de vídeos como o 
YouTube e o Google Video (onde foi visto quase 600 mil vezes). 
Livro 
Quando era funcionário do Museu da Imagem e do Som de São Paulo (MIS-SP)
 à época do lançamento do documentário, Geraldo Anhaia Mello havia 
promovido exibições públicas do mesmo. Quando soube, o então secretário 
de cultura da cidade, Ricardo Ohtake, proibiu as exibições, com a 
alegação de que a cópia do acervo era pirata. O pedido de proibição veio
 de Luiz Antônio Fleury Filho, então governador do São Paulo. Mello se 
encarregou de fazer cópias do documentário e, juntamente com outras 
pessoas, de sua dublagem e distribuição. O livro, que veio logo depois, 
se trata de uma transcrição em português do roteiro e das entrevistas, 
exceto alguns trechos de entrevistas de rua ou cenas do acervo da Globo.
 Os trechos não-dublados no vídeo estão presentes na transcrição. 

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