O curta de 2012 dirigido por Zé Furtado, com aproximadamente 12 minutos de duração, mostra o conflito entre uma construtora e os moradores de uma região situada no bairro noroeste de Brasilia, e pra variar a violência foi usada, mais uma vez, em cima de um grupo de indígenas.
Fico cada dia com mais vergonha de viver em um país em que os interesses econômicos ultrapassam qualquer limite da dignidade e respeito ao próximo, onde o valor do cifrão é mais importante que a integridade do ser humano. Onde os direitos individuais e coletivos são apenas linhas fictícias dentro de uma constituição hipócrita.
Como diz , e muito bem, o rapper Gabriel O Pensador, até quando iremos levar porrada? Até quando seremos um saco de pancadas?
Qual a vantagem do país estar situado entre as oito maiores economias do mundo com um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) comparado a regiões da África?
Crescimento econômico sem desenvolvimento humano é o mesmo que enxugar gelo.
Curtas como esse servem, e muito, para mostrar como vivemos em um Brasil doente, um país que não garante o direito à terra a seus verdadeiros donos.
Como disse Renato Russo, em Índios - "Nos deram espelhos e vimos um mundo doente".
O mais triste de tudo isso é que estamos em pleno século XXI e o reflexo do espelho, só que hoje já envelhecido, continua ainda mais doente que em 1500.
O mais triste de tudo isso é que estamos em pleno século XXI e o reflexo do espelho, só que hoje já envelhecido, continua ainda mais doente que em 1500.
“O curta metragem, que não recebeu qualquer tipo de patrocínio, mostra as tentativas de impedir que as máquinas derrubassem a vegetação local para construção dos edifícios, cujo metro quadrado, o mais caro da capital, pode chegar a R$ 25 mil. Além disso o documentário também mostra diversos confrontos entre índios, manifestantes, polícia militar e seguranças da administradora Terracap, que além de ser a estatal que administra as terras públicas do Distrito Federal, curiosamente também é uma das patrocinadoras do festival de Brasília do cinema brasileiro, onde o curta ganhou o prêmio de Júri popular. O filme retrata exatamente este movimento de resistência ao avanço das construções desse novo bairro em Brasília, que tenta retirar do local um antigo santuário indígena e uma comunidade indígena que habita a área.
A causa relatada no curta comoveu a platéia que ao fim da exibição, pela primeira vez desde o início da mostra competitiva do Festival de Brasília 2012, aplaudiu um filme em pé.
A Ditadura da Especulação é dirigida por Zé Furtado que “é um voluntário do Centro de Mídia Independente, uma locutora de radio livre, uma trabalhadora que paga 4 ônibus lotados por dia na Samambaia, um cineasta sem cinema onde passar seu filme, é uma sem terra em Planaltina, um desempregado na Estrutural, Catraqueiro no Paranoá, Honestino na UnB, uma Feminista nas ruas da cidade. Zé Furtada é o zapatista sub-comandante Marcos, suas representações e maiorias sociais. Maiorias, sim! Minoria é o 1% dono dos meios de produção e do poder institucional. Somos mais!”.
Na verdade o filme é de um coletivo de cineastas responsáveis pela obra, e tem o objetivo de ser uma ferramenta politica que se desdobra em ações práticas.”
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