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segunda-feira, 23 de julho de 2012

Dica de filme - Esse obscuro objeto do desejo - 1977

Os primeiros filmes do diretor espanhol Luis Buñuel eram carregados de surrealismo como em seu curta de 1929, "Um cão Andaluz" e “Idade do Ouro”, de 1930, ambos em parceria, com o mestre surrealista Salvador Dali.
Considero tais filmes extremamente loucos, a ponto de ficar perdido na mensagem e no objetivo dos mesmos, mas a arte muitas vezes se torna inexplicável por si só.
Uma vez pensei em postar o curta de 1929 por aqui, escrevi o texto, coloquei o link mas apaguei o post, por considerar "Um cão andaluz" meio chato e sem sentido.
Já esse filme é bem bacana e extremamente engraçado onde Buñuel retrata a tara de um homem ao ponto de se sujeitar as mais diversas humilhações em busca de seu objeto do desejo. 
Não conheço todos os filmes do diretor, mas dos que tive oportunidade de assistir gostei muito desse, feito em parceria com o brilhante Jean-Claude François Carrière.
O filme gire em torno da história de Mathieu (Fernando Rey), um homem com uma idade já avançada e Conchita (Carole Bouquet), uma jovem maravilhosa.
Logo após Mathieu (Fernando Rey) entrar em um trem, ele joga um balde de água numa bela jovem que estava na plataforma, causando uma grande surpresa para os passageiros que ocupavam a mesma cabine de Mathieu.
Ele resolve explicar para os outros passageiros a razão do seu ato e lhes conta que ficou bem obcecado por Conchita (Carole Bouquet), uma bela arrumadeira que parecia nunca ter trabalhado antes com as mãos.
Começou então um jogo de gato e rato no qual Mathieu, um homem rico e sofisticado que está entrando na 3ª idade, tenta obsessivamente ganhar os afetos de uma jovem de 18 anos.
Assim ela manipula o desejo carnal dele e cada um tenta ganhar absoluto controle sobre o outro.
Filme brilhante de Luis Buñuel.


A arte de Jean-Michel Basquiat

Jean-Michel nasceu em 22/12/1960, em Nova York, e foi o primeiro artista americano a se tornar uma personalidade internacional.
Basquiat começou como grafiteiro, mas eventualmente evoluiu para um pintor neo-expressionista. 
Sua arte foi conceituada como "primitivismo intelectualizado", incorporou imagens folclóricas fundidas com estilos modernos e abstratos. 
Sempre usou o seu trabalho como forma de protesto sobre a situação dos Afro-Americanos, pós era Jim Crow, especialmente os negros cúmplices, pois sentia que eram apenas marionetes da ideologia dominante branca. 
Um exemplo disso é o seu quadro de 1981 "Irony of Negro Policeman". 
Jean-Michel era filho de Gerard Jean-Baptiste Basquiat, ex-ministro do interior do Haiti. 
A vida de Basquiat sempre foi rodeada de acontecimentos trágicos, o primeiro foi quando tinha apenas sete anos de idade ao ser atropelado, o que lhe custou um baço dilacerado. Posteriormente, já adulto, trilhou o tenebroso caminho das drogas e acabou falecendo em 1988, aos 27 amos, vitima de uma overdose de Heroína, um ano após a morte de seu amigo íntimo Andy Warhol. 
O período mais criativo da curta vida e da carreira meteórica de Basquiat situa-se entre 1982-1985, e coincide com a amizade com Warhol, época em que faz colagens e quadros com mensagens escritas, que lembram o graffiti do início e que remetem às suas raízes africanas. 
É também o período em que começa a participar de grandes exposições.


"Irony of Negro Policeman"








CURTA - Dedicatória (Dedication) - 2012

Descobri esse curta semana passada e fiquei super feliz pela idéia do diretor e produtor Biel Gomes de desenvolver um roteiro sobre o poeta Manoel de Barros, que aprecio de forma plena. 
O CINE ROCK CLUBE conta com vários conteúdos sobre o poeta, como o documentário "Só Dez Por Cento é Mentira", a indicação do  "O livro das ignorãças" e agora esse curta super bacana.
Vale muito a pena gastar, aproximadamente, 12 minutos para assisti-lo.
Feito de forma simples, assim como as poesias do poeta, o curta é repleto de imagens bacanas e com muitas filmadas no mato, verdadeiro quintal de Manoel.
A concepção do curta surgiu do seguinte acontecimento:

“Em novembro do ano passado, uma pessoa super importante pra mim, iria fazer aniversário no dia 09. Mais ou menos uma semana antes resolvi dar de presente a ela o livro “Poesia Completa” do Manoel de Barros (poeta preferido dela). Quando cheguei em casa com o livro e decidi escrever a dedicatória. Porém, não consegui. Talvez pela infinita distância entre a beleza da escrita do Manoel e a minha. Ou talvez pela distância entre mim e ela. Não sei. Sei que com isso, comecei a pensar que era o próprio livro que não me deixava escrever nas suas páginas, pensei que como a poesia de Manoel de Barros foi escrita no meio do mato, o livro podia estar traumatizado por estar numa cidade de concreto, precisando se reencontrar com os lugares que ele foi concebido pra me deixar escrever a dedicatória. Pois é, viajei né? Sim, viajei. Dessa viagem da minha cabeça, acabou virando algo real. Como faltava só uma semana para o aniversário Dela, comprei uma passagem no dia seguinte para Campo Grande, terra do Manoel. Nesse momento, pensei em registrar toda essa trajetória de uma forma experimental, para ver se dali saía talvez um curta, um documentário, uma dedicatória. Passei 3 dias lá sozinho, levando o livro pela cidade, pelo meio do mato, no meio dos bichos e afins. Fazendo cada poesia do livro voltar a sentir “o cheiro do sol de lá”… Toda essa trajetória me levou a um final incrivelmente mais lindo do que eu poderia imaginar, mas isso prefiro que vocês vejam no próprio filme. Bom, voltando a trajetória, voltei para Porto Alegre e consegui finalizar o curta até o dia do aniversário. Entreguei para Ela o livro com um laço de presente, na Casa de cultura Mário Quintana. Mas, antes que ela abrisse o livro para ver a dedicatória, fomos até umas das salas de cinema de lá e passei o curta numa sessão fechada pra ela.
Essa é a história desse curta, dessa experiência… espero que vocês gostem.”

CD do dia - Coletânea SUB - 1982

'Sub' é uma coletânea lançada originalmente em 1982 pelo selo Estúdios Vermelhos (de propriedade de Redson, do Cólera), e foi relançada em CD em 1999, pela Devil Records. É uma das primeiras coletâneas de hardcore e punk rock da America Latina (a primeira é Grito Suburbano, com as bandas Cólera, Inocentes e Olho Seco), sendo respeitada e aclamada internacionalmente.
Inicialmente era para ser um álbum inteiro do Coléra, mas devido as idéias comunistas de Redson na época, ele resolveu chamar mais três bandas: Ratos de Porão, Psykóze e Fogo Cruzado.
A edição original teve uma tiragem de 1000 cópias, e hoje em dia é uma raridade que guardo com extremo cuidado até hoje. O Vinil saiu em cor vermelha, mas a que guardo veio em cor verde meleca, kkkk. 
Discão para os amantes de uma botinada nas orelhas, kkk.

Ratos de Porão
01 – Parasita
02 – Vida ruim
03 – Poluição atômica

Cólera
04 – X.O.T.
05 – Bloqueio mental
06 – Qto vale a libertdade

Psykoze
07 – Terceira guerra mundial
08 – Buracos suburbanos
09 – Fim do mundo

Fogo Cruzado
10 – Desemprego
11 – União entre punk’s do Brasil
12 – Delinqüentes

Ratos de Porão
13 – Não podemos falar
14 – Realidades da guerra
15 – Porquê

Cólera
16 – Histeria
17 – Zero zero
18 – Sub-ratos

Psykóze
19 – Vítimas da guerra
20 – Alienação do homem
21 – Desilusão

Fogo Cruzado
22 – Inimizade
23 – Punk inglês
24 – Terceira guerra

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